sábado, 23 de abril de 2011

Quinta-feira Santa no Cenáculo

(Jerusalém, 21 de abril de 2011, Peregrinação ao Cenáculo, onde o Custódio lava os pés das crianças da Paróquia)

O lugar onde a tradição coloca a instituição da Eucaristia está localizado na parte sudeste de Jerusalém. Os frades da Custódia da Terra Santa caminham em procissão, em direção à Porta de Sião, atravessando as ruas da cidade numa tarde repleta de peregrinos, que se misturam ao cortejo, na curiosidade de quem se limita a observar o que está acontecendo.

Ao longo do caminho para o Cenáculo acontece a mistura dos peregrinos com as numerosas familhas de judeus que, nesta tarde de clima tranquilo por causa da festa deles – os dias da Páscoa judaica – passeiam e caminham em direção ao lugar onde os cristãos fazem memória da Última Ceia de Jesus e judeus veneram no local a memória da Tumba de Davi.
Para os franciscanos, o lugar é importante, porque lá eles se estabeleceram na primeira medade do século XIV. Depois, tiveram que deixar o lugar em 1551, a mando dos turcos. Os conflitos entre israelenses e palestinos, no século passado, enfim entregaram o local do Cenáculo aos israelenses, de tal modo que a visita seja permitida. Porém, as celebrações religiosas dos cristãos estão limitadas a poucas ocasiões. Quinta-feira Santa é uma destas ocasiões em a peregrinação do Custódio e dos frades da Terra Santa se enche de um intenso e especial significado. A sala, na qual é colocada a tradição da Última Ceia, está no andar superior. A fila dos fiéis sobe lentamente, composta por cristãos de várias nacionalidades, que se apertam um ao lado do outro no pequeno espaço. À frente, deixam um espaço para o Custódio, Frei Pierbattista Pizzaballa e para doze crianças da paróquia de Jerusalém, que serão os protagonistas no rito do Lava-pés.

No local, de fato – a poucas horas antes da entrega, da prisão e da condenação à morte – Jesus lavou os pés dos seus Apóstolos, dizendo: “se eu, o Senhor e Mestre , vos lavei os pés, – diz o Evangelo de João, que os fiéis escutam em silêncio dentro e fora do Cenáculo – também vós deveis lavar os pés uns dos outros”. (...).
Os textos do Evangelho de Marco e de João são proclamados em inglês e árabe. Antes de retomar a procissão do Cenáculo à Igreja de São Tiago Maior e para a Capela armênia do Arcanjos, o Custódio pede que cada um reze em voz alta, em sua própria língua, o Pai Nosso. “Aqui, segundo a tradição, poderia ser a casa de Anás e Caifás – explica o Vigário custodial, Frei Artêmio Vítores – mas também é o lugar que os franciscanos, depois de serem expulsos do Cenáculo, foram acolhidos por oito anos pelos Armênios. Rezemos também por eles”. E na última etapa, antes de retornar ao São Salvador, se passa pela capela siríaca de São Marco.

Fonte: http://www.custodia.org
Tradução: Frei Ivo Müller, OFM

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