quarta-feira, 6 de julho de 2011

A travessia do Mar de Tiberíades

A nossa peregrinação de hoje foi ao redor do Lago da Galiléia, bem como a sua travessia.
Logo cedo, visitamos o santuário da Multiplicação dos Pães é dos beneditinos. Ali se recordam todas as épocas históricas deste lugar. Nos mosaicos anteriores à época bizantina se pode avistar a inscrição do Nilo, no meio de várias representações de aves e animais bíblicos. No centro da ápice, a representação dos cestos de pão e dos peixes, como memória do Evangelho. O santuário foi construído sobre estes mosaicos pré bizantinos, bizantinos, depois igreja cruzada.
A seguir, nos dirigimos ao monte das Bem-aventuranças. A linda paisagem e a panorâmica desta colina nos inspira a meditar sobre o Sermão da Montanha. A tradição oral foi transmitida à história como sendo este o lugar onde Jesus proferira aquele maravilhoso discurso. Segundo o diário da peregrina Etéria (Egeria) o lugar verdadeiro estava localizado a uns 500 metros desta Igreja, perto do lago, onde foram encontradas ruínas de um antigo mosteiro do século IV. O santuário atual foi construído em 1938 por uma associação italiana dedicada às missões, no terreno da Custódia da Terra Santa. É coordenado por um grupo de Irmãs. Ali, rezamos a missa, com uma linda reflexão de Frei Jhônatha.
Depois da missa, nos dirigimos ao sítio arqueológico de Cafarnaum. Cafarnaum é uma cidade em ruínas. O lugar é muito importante porque em evoca em nossa memória os fatos bíblicos da casa de Pedro, onde Jesus estivera muitas vezes. Até o século passado era um lugar abandonado, com montes de pedras sobre o terreno. Os franciscanos adquiriram o terreno e começaram as escavações, sob a coordenação de Fr. Virgílio Corbo. Encontraram restos de uma sinagoga contemporânea de Jesus, onde fora edificada uma outra, posteriormente. As pedras da entrada do sítio, à direita, são desta sinagoga, com a estrela de Davi e a Arca da aliança, esculpidas sobre as mesmas. Nas ruínas da sinagoga se pode localizar o matroneu, na parte de trás, onde poderia ser também uma sala da catequese sinagogal. Atrás desta, passava o Cardo Maximum da cidade romana. Do lado norte, pedras de moinhos de farinha e azeite. Como são tantas, a hipótese levantada é que poderia ser um lugar de venda destes moinhos, escavados na pedra basáltica, típica da região. Depois, no lado oeste, mosaicos e uma pedra da estrada romana, provavelmente da Via Maris, que indicava a quilometragem. Na parte sul, os restos das casas e, a Casa de Pedro, onde Jesus visitava e fazia os milagres, como exemplo, a cura da sogra de Pedro. A Igreja atual está construída sobre os restos desta casa, que se transformou em Domus Ecclesia, no primeiro século, em forma octogonal. Depois, veio a época bizantina e a cruzada por cima. A igreja atual é do ano 1986. Muitos peregrinos apelidam esta Igreja de Disco voador.
Já eram 12h00, quando entramos num barco, onde fomos recepcionados com o hasteamento da bandeira e o Hino Nacional Brasileiro. O Mar da Galiléia é formado pelas águas das três nascentes do Rio Jordão. Está situado a 210 m abaixo do nível do mar. Tem 21 Km de comprimento por 11 Km de largura. Daqui, é recolhida a maior parte da água que é distribuída a todo o Estado, por exemplo, à distância de 180 Km (Jerusalém) e 450 Km (Eilat). Os peixes se multiplicam em abundância, favorecendo a vida dos pescadores desta região. Este lago foi santificado por Jesus. Sabemos, dos Evangelhos, que este lago foi cenário onde: Jesus caminhou sobre as águas, acalmou a tempestade, onde aconteceu a pesca milagrosa, onde Jesus apareceu naquela noite aos discípulos… Todas as palavras e discursos são pouco diante da beleza e maravilhas que sobre este lago se pode meditar ou contemplar! E na outra margem, almoçamos o gostoso peixe de São Pedro, no Kibutz En Ged. Os Kibutz (Kibutzin) começaram em 1909, no sul deste lago, com ideologias marxistas e cristãs, pelos judeus russos. Os seus membros vivem a vida em comum, muito semelhante ao nosso modo de viver. Para entrar, somente judeu, que tenha vivido um ano numa família de judeus, e que passe pelos critérios do regulamento do Kibutz. Têm vinte dias de férias ao ano, para visitar sua pátria, ou familiares. As crianças vivem em forma de orfanato, educadas por pedagogos devidamente preparados neste modo de viver. Normalmente, são a-religiosos. Mas quando se reúnem em dez pessoas, podem formar uma comunidade sinagogal. Quanto ao trabalho, se dedicam na sua maior parte à agricultura e agropecuária. A alta produção de frutas, com a tecnologia ultra moderna de Israel é consumida dentro do país (turismo, restaurantes, hotéis, consumo comum), mas também é exportada. Também se dedicam na rede hoteleira e de restaurantes. Formam um grande capital, com o enriquecimento do Kibutz, e o restante vai ao governo. Os seus membros, como voluntários, não recebem salários, mas vivem bem com todo o conforto favorecido dentro desta organização. Depois de uma visita teleguiada dentro do Kibutz, contornamos o lago de ônibus, até o Santuário de Tabga. Tabga é um lugar de linda natureza, com sete fontes de água salgada. Estas fontes já aparecem mencionadas no diário da peregrina Etéria, no quarto século. Toda a água destas fontes é desviada por um canal que contorna o lago. É a estância de férias dos frades da Custódia. O santuário atual, em memória do primado de Pedro (Mensa Christi), foi construído pelos franciscanos no ano de 1968 sobre as ruínas bizantinas. Na margem do lago, se pode avistar algumas pedras, que representam as pedras onde Jesus pisou, ao sair do lago, segundo a peregrina Etéria. E no final da tarde, fizemos a renovação de nossas promessas batismais no Rio Jordão, disputando o espaço com os gregos ortodoxos e mais um grande grupo da Canção Nova.

Um comentário:

  1. É muito bom poder acompanhar essa viagem, muito emocionante. Estamos todos de olho diariamente no blog para saber as novidades. Que Deus abençõe todos vocês. Um big abraço da familia Arten, em especial abraços ao casal Antonio Arten e Sibila e Araci Souza.

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